Qual é a relação entre o uso de esteroides anabólicos androgênicos e a doença arterial coronariana?
Popularmente conhecidos como anabolizantes, os esteroides anabólicos androgênicos (EAA) podem causar alterações no sistema cardiovascular. Um estudo recente investiga a relação entre o uso de EAA e o desenvolvimento de doença arterial coronariana por inflamação sistêmica e da artéria coronária.
O artigo Inflamação Coronária Avaliada pela Atenuação de Gordura Pericoronária na Tomografia Computadorizada e Elevação de Citocinas em Usuários Jovens de Esteroides Anabólicos Androgênicos, divulgado na ABC Cardiol, publicação mensal da Sociedade Brasileira de Cardiologia, avalia a inflamação por meio dos níveis de atenuação de gordura pericoronária média (AGPm) em usuários e não usuários de EAA.
Três grupos foram definidos para a análise, que contou com um total de 50 pessoas. 20 usuários de EAA (UEAA), 20 não usuários de EAA (NUEAA) e um grupo controle (CS) de 10 homens sedentários sem doença cardiovascular. Todos os incluídos nos dois primeiros grupos eram levantadores de peso ou fisiculturistas e foram recrutados de academias.
“As amostras de sangue foram coletadas pela manhã, entre 8h e 10h, após 12 horas de jejum e 30 minutos de repouso. Kits de ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA) foram usados para medir IL-1, IL-6, IL-10 e TNF-alfa”, explica Francis.
O artigo trata de uma análise secundária, com delineamento transversal, de uma pesquisa prévia que constatou como o uso abusivo de EAA poderia estar relacionado a uma maior atenuação de gordura perivascular e doença arterial coronariana precoce. Esse primeiro estudo foi publicado em 2019 e é citado no presente material.
Os resultados indicam que a atenuação de gordura pericoronária, medida por angiotomografia coronária, pode ser usada para avaliar a carga de inflamação coronária – e, assim, analisar o risco cardiovascular dessa população específica antes mesmo do surgimento da doença arterial coronariana obstrutiva. É um ponto de partida para futuras investigações e profissionais que trabalham com a população usuária de EAA.
Fonte: Portal Cardiol